Entrevista: Rafael Miranda

Rafael Miranda, 28 anos, é empresáro e fundador da ONG Cão Sem Dono. Em entrevista para a K entre Nós, Rafael respondeu as mesmas perguntas feitas para Eliana Montovani.

KEN: Como iniciou e como funciona seu trabalho com os animais?

Rafael: Iniciei a quatro, quase cinco anos atrás, eu era voluntário de outra ONG, que tinha muitos problemas e desvio de dinheiro, eu não concordava com muitas coisas que aconteciam por lá, sai e fui fazer um trabalho por conta com mais dois amigos, pegando um cachorro depois outro, e mais outro e outro e quando demos conta estávamos com 100 animais e mais uma dúzia de integrantes na equipe. E hoje somos o Cão Sem Dono.

KEN: Quantos animais já você já auxiliou? São cães e gatos?

Rafael: Pouquíssimos gatos, acredito que não chega a 50. Agora os cães, mais de 2000. Até o início do ano passado eram 1800, hoje com certeza mais de 2000 animais. Isso sem contar os que ajudamos indiretamente, com ração ou pagando uma consulta veterinária.

KEN: Esses animais que você cuida, são enviados para onde?

Rafael: A maioria deles para um lar transitório que o Cão sem dono possuiKEN: O que você acha das políticas públicas em devesa dos animais? Rafael: Uma vergonha, todos fazem propaganda, mas até agora o que mudou diretamente?

KEN: Como você avalia a postura de alguns CCZs com relação a cuidar e depois de 60 dias se o animal não é adotado, é sacrificado?

Rafael:Como eu disse: uma vergonha, e o pior eles cuidam desses animais para depois sacrificá-los e ainda por cima com o meu dinheiro, que eu pago suadamente com os meus impostos.

KEN: Você acredita que as campanhas para castração de animais contribuiria para eliminar os problemas que têm acontecido?
Rafael: Com certeza, embora sejam poucas campanhas para tamanha demanda e começo.

Aline Marques

Entrevista: Eliane Montonvani

Elaine Montovani trabalha na área de Diretoria técnica da TAM e em paralelo atua como voluntária, recolhendo animais, tratando e encaminhando para adoção. Em entrevista para o K entre Nós, ela fala um pouco de sua experiência.

KEN: Como iniciou e como funciona seu trabalho com os animais?
Eliane: Sempre gostei de animais, minha mãe conta que tive uma galinha que só botava ovo na minha cama. Sempre pensei que para ajudar os animais teria que ter dinheiro envolvido, mas aprendi que temos outras maneiras de ajudar. O meu primeiro trabalho foi participando de uma campanha de castração em Itapecerica da Serra com a equipe do Dr. Werner e, partir daí, fui apresentada a outras pessoas envolvidas nesse trabalho.

KEN: Quantos animais já você já auxiliou? São cães e gatos?
Eliane: Sinceramente o número eu não sei, mas foram muitos (cães e gatos)

KEN: Você é ligada a alguma ONG (Organização Não Governamental) ou associação?
Eliane: Não sou credenciada a nenhuma ONG/Associação prefiro ser livre para ajudar quem precisar, pois às vezes as ONG’s discutem entre si e não gosto de estar em confusão, pois o meu objetivo são os animais o lado político não me interessa.

KEN: Esses animais que você cuida, são enviados para onde?
Eliane: Grande parte dos animais que abriguei na minha casa veio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e depois foram doados na Cobasi da Joaquim Nabuco através de uma ONG que possui espaço nesta loja.

KEN: O que você acha das políticas públicas em devesa dos animais?
Eliane: Acho muito fraca inclusive a legislação de maus tratos é muito difícil de ser praticada. Tem policial que até "zomba" quando se fala em denúncia de maus tratos. A Sociedade Protetora de Animais de raça poderia ser mais ativa e não deixar procriar sem controle, pois os criadores vendem animais com problemas genéticos (sarna negra, displasia...) quando não conseguem vender os filhotes acabam dando para qualquer pessoa e ai começa o problema (pit’s labradores...).

KEN: Como você avalia a postura de alguns CCZs com relação a cuidar e depois de 60 dias se o animal não é adotado, é sacrificado?
Eliane: Com relação ao CCZ,não sou contra o sacrifício, pois acho que é o mínimo que um dono deveria fazer é dar uma morte decente para o seu animal de estimação e não abrir a porta do carro empurrar o bichinho para fora e o deixar morrer a míngua pelas ruas. O problema maior que vejo no CCZ é a maneira como eles tratam esses animais parece que eles são saco de pancada não existe diferencial de tratamento para cachorro supostamente agressivo e os não agressivos. Ainda bem que eles resolveram fazer esta triagem, pois antigamente nem isso era feito. Os CCZ’s deveriam ser um grande Centro de Castração e não de sacrifício.

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KEN: Você acredita que as campanhas para castração de animais contribuiria para eliminar os problemas que têm acontecido?

Eliana: O que mais me chama a atenção é que nenhuma empresa de ração faz campanha em prol de doações de animais ou abre patrocínio para campanhas de castração. Os abrigos estão com super população de animais. Conversei algumas vezes com diretora do CCZ do Rio de Janeiro e por incrível que pareça eles adotaram um procedimento parece que deu um bom resultado. Eles capturam os animais castram e depois devolvem para rua e ai a natureza se encarrega do resto. Campanhas Educativas e de Castração nas escolas também poderiam ajudar bastante.

Aline Marques

Projeto que proíbe animais em circo é adiado

A votação do projeto lei 7291/06, na forma de seu substitutivo, aconteceria no último dia 20, mas foi adiada mais uma vez. Alguns deputados que defendem a apresentação de animais em circos fizeram uma solicitação coletiva de “vistas ao projeto”, o que significa o seu adiamento por um prazo de até duas sessões. A sala de Comissão de Educação e Cultura (CEC) estava com o número superior de participantes a favor do projeto.

Na entrada do Plenário, membros de ONGs a favor do projeto receberam os parlamentares com cartazes, panfletos e adesivos com a frase “Circo legal não tem animal”, os adeptos da utilização de animais em circos, em menor número, também distribuíram cartazes com a frase “Animais em circo sim!!! Com regulamentação, como no primeiro mundo.”

Presentes na sessão, o relator do projeto, Deputado Antonio Carlos Biffi (PT-MS) se manifestou dizendo que ninguém é contra o circo, mas sim contra o uso de animais em espetáculos. Mesmo não sendo membro da CEC, o Deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) esteve presente e garantiu que voltará a comissão no dia da votação do projeto para reforçar seu pedido ao pela aprovação.

A votação pelo substitutivo ao PL 7291/06 está prevista para a próxima quarta-feira, dia 27 de maio.

Aline Marques

Centro de doação de animais está previsto para 2010

O protesto realizado por cerca de mil manifestantes em frente ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) no dia 29 de abril para reivindicar mudanças teve resultados positivos. Rita de Cássia, coordenadora do programa de proteção e bem estar de cães e gatos da prefeitura de São Paulo informou que a cidade terá um centro de adoção a partir de 2010.

A burocracia imposta pelo CCZ dificulta o processo de adoção. Para adotar um animal é necessário estar com o RG, CPF, comprovante de residência, caixa para transporte, pagar uma taxa de R$ 14,50 e passar por uma entrevista com os veterinários responsáveis pelo setor.

Os animais não podem ser fotografados, mesmo com a finalidade de divulgação para doações; as entidades protetoras dos animais não podem retirá-los do local para levá-los a eventos de adoção durante os finais de semana e a proibição de que os animais tomem banho, que seriam pagos por simpatizantes. Os manifestantes pedem a substituição da atual administração.

A coordenadora disse que irá rever as regras impostas pela administração do Zoonoses e se comprometeu a permitir que as Organizações Não Governamentais ajudem no trato dos animais. "Em nossa reunião, conversamos muito sobre essas ações e acho que em três ou quatro semanas poderemos atender".

Aline Marques

Centro de Controle de Zoonoses dificulta adoção de animais

O canil e o gatil ficam separados, atualmente são mais de 50 animais aptos para adoção, mas a burocracia imposta pelo CCZ impede que as pessoas adotem o animal desejado.

Para adotar um animal, é necessário estar com o RG, CPF, comprovante de residência, caixa para transporte, pagar uma taxa de R$ 14,50 e passar por uma entrevista com os veterinários responsáveis pelo setor.

Os cachorros são os que mais têm dificuldades em ser adotado. A maioria sem raça definida, de porte médio e grande, não está entre a preferência da população. Chegam a ficar trancado com até três ou quatro raças na mesma cela.

Um cocker preto, já adulto é um dos animais mais antigos do Zoonoses, está há mais de um ano e iria ser eutanaziado no dia 17 de abril de 2008, mas a lei 12.916, que proíbe a eutanásia de animais sadios, sancionada um dia antes, salvou a vida do cão.

O monitor de animais, Denílson, intitula os cachorros de Flashback, devido ao longo tempo em que estão no Centro e Feedback, porque as pessoas adotam, se arrependem e levam o animal de volta.

Centro Controle de Zoonoses lançou a campanha Adote um amigo, mas no site, não há fotos de todos os animais disponíveis e informações suficientes de como proceder com a adoção. As pessoas que chegam ao local e vê a quantidade de requisitos exigidos para levar um bichinho acabam desistindo e não voltam.

Aline Marques

Obras do Rodoanel prejudicam vida dos animais

O número de animais mortos desde o início das obras do Rodoanel já passa de 100. O gerente de gestão ambiental da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), Marcelo Arreguy Barbosa descarta a possibilidade de crime ecológico.

Os mortos representam 21,9% dos que já passaram pelos técnicos da Dersa. Parte desses são espécies ameaçadas de extinção, como os veados catingueiros, macacos bugios e preguiças de três dedos. Os animais deveriam receber tratamento especial e serem removidos da área da mata atlântica onde estão sendo realizadas as obras do Rodoanel, mas devido a ferimentos graves e estresse profundo, perderam a vida.

Pelas gravidades das lesões, alguns foram levados pela Polícia Ambiental para clínicas veterinárias e parques especializados, um como o santuário em Cotia – Rancho dos Gnomos, recolheu uma preguiça que chegou com parte do corpo queimado por fios de alta tenção e teve que amputar sua pata esquerda devidos as garras estarem mutiladas.

Divergente da opinião do técnico, o professor da Unesp Denis Abessa, acredita que manter animais silvestres em más condições caracteriza um crime ambiental: “A alta taxa de morte dos animais remanejados no Rodoanel indica algum problema na coleta, no transporte ou nos momentos seguintes dessas operações”.

Para Barbosa, a culpa pela morte dos animais é da natureza e o empreendimento deve ser isentado: “Os animais receberam o tratamento adequado. A natureza é a responsável pelas mortes, jamais o empreendimento (Rodoanel)”. As informações são da Agência Estado.

Aline Marques

Animais: Audiência consagrada na TV

A abordagem sobre animais na mídia televisiva vem crescendo dia após dia. Isso se dá ao interesse do público ao tema. Programas semanais e diários têm aumentado o tempo de exibição, onde os bichos são protagonistas e os humanos são simples coadjuvantes.

A Rede Record exibe, há alguns meses, no Domingo Espetacular, Hoje em Dia e Tudo é Possível quadros sobre o comportamento de diversas espécies de bichos. O “Domingão do Fautão” da Rede Globo aumentou sua audiência nas últimas semanas com exibições de adestramento de cães.

Até o talk show Hebe do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), cogita criar um quadro chamado "Supernanny Dog", semelhante a um exibido pelo extinto Late Show da Rede TV!, programa que era exibido aos sábados e apresentado por Luíza Mel.

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O que falta é ampliar o conhecimento do público sobre os direitos dos animais.

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Aline Marques

Leis de proteção aos animais

Eles são tirados do seu habitat, muitas vezes são presos e torturados sem ter cometido nenhum crime. Alguns morrem de fome e são abandonados por não terem mais "utilidade".
Para proteger os animais, o homem criou leis, resta saber se elas são obedecidas e aplicadas devidamente. Esse é o objetivo desse blog ..


"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados." (Mahatma Gandhi)

Aline Marques